quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Seis frases/diálogos natalinos*
— É quase meia noite, pode colocar a música da Simone.
2 – Algum parente, amigo da família, vizinho:
— Rapaz, como cê ta grande. Já tem até barbinha. E as menininhas? Pegando geral? Usa camisinha, hein....
3 – Vendedora:
—É pra embrulhar esses presentes?
—É sim, todos são presentes.
—E esse presente? É pra embrulhar também?
4 – Pai:
— Lava, encera e passa o aspirador de pó no carro. Depois troca o óleo, abastece, dá uma olhada no pneu, etc. etc.
5 – Amigo secreto:
— O meu amigo secreto tem uma pinta no rosto...
— É o Zé, é o Zé...
6 – Tia bêbada:
— Vamô ouvir “então é natal” de novo? Agora de mãos dadas.
*meus clichês natalinos
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Little Joy
`
É não é que é bom. E não é que é bem riponga.
Segundo a minha mãe parece com as coisas que ela ouvia em 1969, eu diria que é quando os Novos Baianos encontra o Velvet Underground.
domingo, 14 de dezembro de 2008
O cara da maleta - Vol. I
Todos os dias ele desejava que algo acontecesse que o tirasse dessa mesmice. Um acidente. Um carro que o atropelasse ou um escorregão no banheiro molhado. Mas nada acontecia.
Pensava em inúmeras coisas a se fazer, mas nunca fazia nada. Temia sair da rotina. Esse era o seu grande problema. Estava tão acostumada com o seu dia-a-dia metódico que fugir dele provocava calafrios e medos.
Já não sabia o que fazer pra mudar sua existência patética. Pensou em suicídio. Mas não acreditava que pudesse lhe ajudar. Além disso, era muito covarde para tal coisa.
Pensou em arrumar as malas e sair sem destino. Mas ficou intrigado com o que poderia lhe acontecer de mal. E mais, tinha desespero em pensar em acabar preso em um local mais quente que sua cidade.
Sete horas da manhã. Acordou, e como de costume tomou apenas o café amargo e saiu para o trabalho do mesmo jeito que fazia todos os dias. O mesmo caminho, as mesmas ruas, os mesmos bares, as mesmas pessoas apressadas para mais um dia de trabalho, as mesmas senhoras caminhando com passos engraçados e desajeitados.
Parou por um instante para arrumar a calça. Olhou para o lado e bateu os olhos em algo diferente. Entre dois sacos de lixo e uma árvore qualquer avistou uma maleta. Resolveu se aproximar para ver de perto do que se tratava. Era uma maleta preta, trancada, aparentava ter sido jogada por alguém. Notou também que havia um endereço com um nome. Por isso resolveu levá-la consigo para depois tentar devolver ao dono.
Chegou em casa. Decidiu tomar um banho rápido e logo sair para devolver a mala ao seu dono. Devolvê-la ao tal de Khabir escrito na identificação. Queria conhecer quem era o dono da maleta que pela primeira vez em muito tempo lhe fez esquecer de pensar em sua medíocre.
Chegou no endereço escrito na maleta. Eram nove e alguma coisa. Achou que já era tarde para incomodar alguém. Mas como já havia chegado ali, resolveu não desistir. E afinal de contas que se sentiria incomodado recebendo de volta um objeto que poderia ser importante.
Bateu a porta. Bateu novamente. Uma voz grossa, típica de alguém que fuma há muitos anos urrou perguntando quem era.
— Encontrei sua maleta. O endereço marcado era desse apartamento. Por acaso o senhor chama-se Khabir?
A porta se abriu e logo ele avistou o dono da voz e possivelmente da maleta. Era um homem de uns 40 anos, barba por fazer, lembrava uma das figuras dos livros de Kerouac, mas em versão brasileira. — Entra! Entra logo, porra.
— Aonde você encontrou essa maleta?
— Sei lá. Ela tava caida em um canto de uma rua qualquer. Eu não me lembro direito—disse tremendo, nervoso, quase sem voz..
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
A dona aranha...
Há mais ou menos duas semanas, uma daquela aranhas pequenas apareceu no meu quarto. Segundo a minha mãe, é uma daquelas aranhas de banheiro, daquelas que ficam em um cantinho da casa comendo pequenas moscas que grudam em suas teias. Tão minúsculas que com a ponta do chinelo pode-se esmagá-las.
A primeira vez que eu notei a minha nova roommate eu estranhei, pois sempre acreditei que essas aranhas só aparecessem em lugares sujos, que não é o caso do meu quarto, e em banheiros, como eu havia dito anteriormente. Logo, o surgimento desse pequeno aracnídeo é um pouco inusitado. E só pela ousadia dela, eu resolvi deixá-la lá, quietinha no canto dela, dividindo comigo o pequeno espaço do meu quarto.
A Vanessão (como eu a batizei, sem saber sem ela é ele) fica pendurada entre o meu computador e os meus cds, totalmente indiferente ao mundo ao seu redor. Nem sequer nota o perigo assassino da minha mãe ou a proximidade da minha mão ao ligar o computador, qualquer deslize poderia ser fatal para um bichinho tão pequeno.
Vanessão não é um parasita. Ela é um pouco suja, é verdade. Faz teias como uma velhinha solitária faz tricô. Mas ela é um inseto tão singelo. Tão frágil. Tão engraçadinho que às vezes esqueço que ela tem sujado o meu quarto. O modo como ela dança seu balé pelas teias, como se alimenta delicadamente e como se afugenta com o primeiro indicio de vento são responsáveis pela personificação que eu fiz dela. Ela me faz lembrar as menininhas magrelas que dançavam balé com a minha sobrinha.
Entretanto, a estadia de Vanessão tá com seus minutos contados, apesar de apreciar a companhia. Amanhã é dia de faxina aqui em casa, o dia em que a minha mãe acorda encapetada por limpeza e organização. E a vassoura dela nunca teve tanta sede de morte como nesses últimos dias. Vanessão terá que arrumar um outro canto no quarto de outro bobo sentimental ou conhecerá a fúria da minha mãe em um sábado de manhã.
Vanessão no limite da morte
Update: Vanessão is dead (Dom, 14/12/08 - 18:40)
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Digital
Sinto-o chegando perto
O medo de quem eu chamo
Toda vez que eu chamo
Sinto-o chegando perto
Sinto-o chegando perto
Dia sim, dia não
Dia sim, dia não
domingo, 7 de dezembro de 2008
C.L.I.C.H.Ê.
Eu me lembro quando eu tinha quinze anos e queria tanto que a minha adolescência acabasse. Eu já não mais agüentava a minha versão teen. Eu queria sair logo daquele ambiente de ensino médio, repleto de estereótipos malditos. Queria também ter a minha independência financeira, arrumar alguém que esquentasse os meus pés nas noites frias, ter alguém que ouvisse as minhas bobagens e fizesse cara de “te entendo rapaz”. O que hoje seria cômico se não fosse perturbador, é que quase 10 anos depois, eu me encontro na mesma situação. Apenas com um pouco mais de barba.
Há exatos onze meses que eu procuro emprego. Já tô cansado de sair por ai com meu currículo debaixo do braço, quase que implorando por uma oportunidade. E olha que tô no auge da minha juventude, e isso é o que mais me perturba. Se hoje que eu ainda ostento uma boa aparência e tenho um currículo que ainda me diferencia de uma boa parte da população, eu não consigo arrumar emprego, o que será de mim aos 40 anos.
A minha tão esperada independência financeira está longe de ser um fato. Por enquanto eu ainda continuo dependendo da grana do Seu José pra quase tudo. Até pra comprar o jornal pra olhar os anúncios.
Sem a faculdade pra ter ocupar, a vida fica restrita à acordar quando o Jornal Hoje começa e dormir quando termina o Corujão na Globo. E nesse meio tempo, é preciso arrumar coisas que te ocupem, além de sair procurando vagas de empregos nas cidades circunvizinhas. E arrumar algo pra se fazer em uma cidadezinha pequena é ainda mais complicado do que arrumar um emprego. Geralmente as coisas que são oferecidas para ociosos são feitas e ocupadas por adolescentes. E não quaisquer adolescentes. Aqueles bem estereotipados. O tipo bem chato de se dividir espaço. O que resta é ir à casa de um amigo pra papear.
Entretanto, os meus bons amigos trabalham. Todos têm uma ocupação para o seu dia-a-dia. E aqueles que não possuem, moram um pouco longe. Longe até demais. E os outros, deixaram de ser meus amigos em alguma das esquinas da vida. Sem amigos por perto e sem emprego, essa é a minha atual situação.
Situação que não só é mais gritante, porque no quesito vida amorosa as coisas andam bem. Eu ando um pouco mais animado em relação a esse sentimento tão puro e arrebatador. Tudo isso devido, a uma pessoinha que stolen my fucking heart. E ela sabe que eu tô falando dela.
Infelizmente, eu ainda continuo preso à mesmice dos quinze anos. Continuo rodeado de estereótipos ambulantes (agora os do ensino superior), esperando a independência financeira e as pessoas ainda não compreendem as minhas palavras confusas. Dessa vez, eu quero que a vida adulta acabe logo. Já não aguento a minha versão de adulto-tentando-ser-responsável.
Voltar a ter quinze anos não é nem um pouco interessante, aliás, pelo contrário, ter quinze anos novamente é prejudicial ao pouco que resta da minha sanidade mental.
E por hoje é só pe-pe-pessoal...
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Soda pop
Eu posto aqui algumas das mais interessantes e aquelas que mais aumentaram a minha curiosidade.
Pôster promocional da sétima temporada de 24 horas:
Pôster promocional da quinta temporada de Lost:
A capa do novo cd do Franz Ferdinand:
Um dos pôsters de Star Trek:
E uma das partes do pôster promocional de The Spirit:
Eu sou fascinado pela arte em pôsteres e capas de cds. Geralmente me fascinam mais do que o produto vendido.
domingo, 23 de novembro de 2008
Dois barcos
-Acho que sim.
-Isso te faz mais feliz?
-Feliz não, diferente.
-Como assim?
-Como se eu estivesse fazendo o certo pra mim e pra você. Eu tentando viver no meu canto e você no seu.
-E o que eu penso não conta?
-Conta, mas não vai mudar nada do que eu já decidi.
-Por que? Você já tem outro?
-Por que você insiste tanto nisso? Por que quer saber tanto a verdade?
-Porque eu preciso saber o que aconteceu. Eu preciso saber por que eu me tornei indiferente pra você, por que você deixou de me amar. Você me deve isso pelo menos.
-Mas eu não deixei de te amar.
-Então não vá.
-Eu quero ir, vai ser melhor pra nós dois.
-Vai ser melhor pra mim? Como? Quebrar o meu coração e me deixar aqui, sozinho, choramingando? Essa é a sua idéia de melhor pra mim?
-Eu sei que eu to sendo egoísta, mas você vai me esquecer logo. Você é inteligente, logo arruma alguém.
-Eu não quero alguém, eu quero você.
-Mas eu não te quero mais.
(porta fechando)
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Coelhos Assustados
Eu ainda não enjoei de ouvir Frightened Rabbit. Acredito que seja a banda que eu mais tenho ouvido nos últimos meses (eu acredito e o meu Last Fm confirma).
São poucas as bandas do chamado rock alternativo que conseguem se desvencilhar da mesmice que impregna o gênero. E os Rabbits são uma dessas poucas. Os cds da banda, principalmente o mais recente, possuem personalidade forte e muitas vezes imponente.
A sonoridade é ao mesmo tempo tão forte e melancólica, que torna-se viciante para aqueles com bons ouvidos. O sotaque de Glasgow também ajuda (por falar Glasgow, às vezes eu me pergunto o que será que tem na água de lá pra sair tantas bandas boas. Franz Ferdinand, Belle & Sebastian e agora o Rabbits só pra citar algumas).
As poucas informações que eu achei, dizem que eles possuem influências do The Shins, que outrora já apareceu por aqui, e do Arcade Fire. Mas sei lá, não achei tão perceptível. Os Rabbits possuem músicas mais grudentas, intensas e criativas.
A primeira música do mais recente cd (Midnight Organ Fight), intitulada The Modern Leper, é tão boa que já garante o cd. Seguida de canções tão boas quanto, com destaque pra I Feel Better e Fast Blood.
Ah, eles tem um clipe todo bonitinho pra "Head Rolls Off" com crianças de jardim da infância:
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Aquele sobre o Sr. José
Sobre o filme, eu posso ficar horas falando do que achei. Como já deu pra perceber, eu padeço do mal de pseudocrítico. Pra encurtar, eu só vou dizer que é um senhor filme. Eu que costumo gostar de todos os trabalhos do Paul Thomas Anderson, já imaginava o quanto esse seria bom.
Mas o que o me chamou a atenção no filme, e o motivo de eu estar escrevendo, é a relação entre a personagem principal, Daniel, o homem do petróleo e de seu filho. De alguma forma, me fez lembrar o meu relacionamento com o meu pai. Não que meu pai seja um cara megalomaníaco a ponto de me renegar em algum momento da vida, pelo contrário, meu pai apesar de ser um cara durão, é a personificação de um pai de família à moda antiga.
Meu pai é um cara reservado, de poucas palavras. Ele é todo brincalhão, sempre fazendo comentários repletos de palavrões sobre tudo. Mas ele mantém um relacionamento diferente com os filhos. Ele não deixa de ser um pai brincalhão, mas com o passar dos anos, o relacionamento fica restrito a apenas olhares e sinais.
No filme, o pai e filho têm um relacionamento ótimo enquanto este é criança. Assim que o menino cresce ele e o pai começam a se distanciar. É mais ou menos o que aconteceu comigo. Nos últimos vinte anos eu conheci diferentes caras do meu pai.
Eu costumo dividir meu relacionamento com ele em quatro fases: dos 0 aos 6 em que ele extremamente brincalhão e presente; dos 7 aos 11, um pouco mais sério e bem mais ausente; dos 12 aos 18, relacionamento sem troca de palavras e olhares e ausência total; e dos 19 até os dias de hoje, em que a gente pelo menos consegue trocar algumas palavras.
Quando eu falo de relacionamento pai e filho, não estou me referindo aquele clichê de propagando do Itaú, tô falando de um sentimento de amizade entre nós, assim como existe com as mães. Em alguns momentos, eu e meu pai éramos nada um do outro. A gente nem se notava.
É claro que o fato de eu ver o meu pai somente aos fins de semana ajudou muito pra manter . E acredito que isso colaborou para que em certos momentos da vida eu exigisse internamente que ele fosse parecido com a minha mãe, que diversas vezes exerceu o papel de pai muito bem.
Outra coisa que colaborou para esse afastamento mútuo, é que nos não temos nenhum interesse em comum. Nada mesmo. Ele tem interesse por mecânica e coisas desse tipo. Eu nunca me interessei pra saber como montava e desmontava um caminhão.
Além disso, ele consegue ser o cara mais fechado e tímido que eu conheço. E como eu padeço desse mal, eu sei como é difícil pra manter amizade ou qualquer coisa com alguém. É algo parecido com aquela história de que quando pai e filho são tão parecidos, eles sempre se desentendem.
Eu sou bem parecido com meu pai. Eu prefiro ouvir a falar, evito ter muito contato com as pessoas. Não sei demonstrar meus sentimentos. Porém, como fui criado pela minha mãe na maior parte do tempo e integralmente na minha adolescência, eu tenho um diferencial. Eu tenho pouco desse lado excessivamente emocional dela, porém, internalizado.
Até hoje, os dois Josés tem alguns assuntos que fogem da nossa pauta, é isso que me incomodava. Meu pai muitas vezes, é um estranho pra mim. É uma página que eu estou aprendendo a ler. Eu aprendi a interpreta-lo quando entendi que esse é o jeito do meu pai de gostar das pessoas. É a maneira como ele foi criado. Meu pai é um típico homem do velho testamento, rústico, calado. Exatamente como era o pai dele. Exatamente como eu sou, apenas um pouco alterado pelo fator minha mãe.
Apesar de hoje ter esse relacionamento de amizade com o meu pai, existe uma certa estranheza entre nós. Eu percebo que ele tem muita vergonha de pedir alguma coisa pra mim, assim como eu tenho de perguntar algo pra ele. Minha mãe até hoje agradece a São Judas pelo nosso começo de amizade. E isso é bacana, perceber que apesar de todos esses anos de indiferenças, eu não ganhei um pai, eu ganhei um bom amigo.
senhores, essa é a minha foto preferida
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Fikadika

-O que você está ouvindo?
-The Shins. Conhece?
-Não.
-Você precisa ouvir essa música, vai mudar a sua vida.
Tá aí a música que segundo o filme vai mudar a sua vida. A banda, The Shins nem é tão novidade, nem tudo isso pra ser chamada de a banda que vai mudar a vida de alguém (a não ser a do Zach Braff). Assim como o Garden State, o filme que me apresentou a banda (e essa música bonitinha do vídeo acim) há alguns anos.
De qualquer forma, fica ai a dica de uma boa banda estadunidense (que por algum motivo eu não paro de ouvir na últimas semanas) e de um filme bem interessante repleto daqueles clichês que todo mundo adora.
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Pé de cachimbo
É domingo. Finalzinho de domingo. Eu não tenho muito o que fazer a não ser reclamar dos efeitos colaterais dos antialérgicos que eu tenho ingerido nos últimos dias. Sonolência, inquietação, confusão e irritação. Esses efeitos são os responsáveis por esse meu desânimo dominical.
Sendo assim, já que eu não posso me concentrar em nenhuma atividade que envolva o meu raciocínio lógico, não há nada melhor pra se fazer hoje do que ficar o dia todo mortificado no sofá, acompanhado de uma maratona de alguns seriados que ando a assistir com gosto: Heroes, Pushing Daisies e House. Receita ideal para esse dia odioso.
Meus desânimos dominicais não são apenas causado pelo uso excesivo de medicamentos. O fato é que eu geralmente não gosto de domingos, nunca gostei. É o dia (sempre foi) que eu prefiro ficar zombificado em casa, sem fazer, falar, gesticular nada. Não tenho saco pra quem ainda tá animado porque o fim de semana não acabou. Não tenho saco pra quem anda com aquele sorriso típico de domingo pós-missa estampado no rosto.
Domingo é um dia bem estressante aqui em casa desde os meus bons tempos de moleque. É o dia em que meu pai vai embora (viajar acho que seria uma palavra melhor). É o dia em que a minha mãe está desesperada com a bagunça da casa, com as coisas do meu pai que ela precisa arrumar, com a segunda que está chegando. É o dia em que a família toda se encontra em casa: sobrinhos, irmã, cunhado, cachorro da irmã, avós.
As crianças gritam, a minha irmã fala alto, meu cunhado resmunga, minha mãe se embravece, o meu pai aumenta o volume da tv e o cachorro late. Muito barulho, muita gente falando ao mesmo tempo. Às vezes me fazem lembrar uma cena de algum filme italiano dos anos 50.
Talvez pelo fato de seu ser muito calado, essa profusão de sons caóticos me irrita um pouco. E como o meu papel social é reclamar de tudo, passo o dia todo resmungando sobre a falta de privacidade e da poluição sonora, e a única resposta que eu recebo é o olhar da minha mãe de: “O que eu não consigo entender como é que um filho meu é tão diferente assim de mim”.
A razão de toda essa liberdade sonora, visual e sei lá mais o que por parte dos meus pais, é devido ao fato de que eles assumiram de vez o papel de anfitriões de reuniões familiares. E de certa forma, eles sentem essa necessidade de reunir todos enquanto tá tudo certo, a partir do momento que no último ano o ceifador sinistro tem rondado a família. Vendo por esse lado, eu até consigo achar graça dos meus domingos. É bacana sentar a mesa com mais de duas pessoas (geralmente eu almoço sozinho no restante da semana, talvez até por isso eu tenha criado um meio solitário de vida). Mas de qualquer jeito, esse climão de "ceia de natal" me deprime. E se eu to deprimido, eu reclamo. E esse é o meu papel. Reclamar de tudo, até das coisas que eu gosto. Eu sou oficialmente o velho resmungão da casa.
Notas de rodapé:
- Pushing Daisies é a melhor série do mundo ever. Merece um tópico futuro somente para ela
- Eu não sou hipocondríaco, nem uma pessoa que ta sempre doente (isso tem um nome que eu não me lembro agora).
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Gritando confissões
Eu tenho uma teoria estranha formulada no fundo da minha imaginação fértil e away, segundo a qual não existe amor. Graças a essa teoria, já fui chamado inúmeras vezes de frio e insensível.
Pode até parecer um pouco frio da minha parte, eu concordo, mas eu sempre enxerguei o amor como uma forma evoluída de um outro sentimento, a consideração.
Aquilo que é chamado de amor não é nada mais que um dispositivo social. As pessoas “aprendem” desde o dia em que abandonam o útero que devem sentir tal sentimento nobre por alguém. É esperada a representação desse sentimento como uma resposta pela consideração, apego, necessidade e afeto. Entretanto, o amor é apenas uma forma de manter a unidade e os interesses de uma espécie. É apenas a liberação de serotonina necessária para o sentimento de completude.
O amor visa à reprodução, é a mais pura desculpa para o sexo, além de manter os interesses sociais a salvo através da constituição de um modo de vida monogâmico e eterno enquanto dure.
Como já foi dito nessas mal traçadas linhas, o amor é apenas o instinto de reprodução latente que se concretiza em uma longa vida monogâmica, que o tempo é responsável por transformá-lo na mais pura consideração e ponto. Tudo retorna ao começo. Aquela consideração necessária e arbitraria lá do início da vida retorna com o passar dos anos.
Infelizmente ninguém está alheio a esse ciclo (eu não gosto de generalizar, mas enfim...), até o cara mais frio (eu) um dia cai de quatro por alguém. E geralmente esse alguém não sente o mesmo. Ai inicia-se outro ciclo, o do amor platônico (uma cópia barata do pensamento egocêntrico infantil. Barata e mal evoluída).
No meu caso, eu acredito que seja mais tesão platônico do que amor. É apenas uma necessidade de se acasalar e ter algo pra chamar de meu. É um ter porque eu quero. É um ter tão egocêntrico que faria Narciso e sua vaidade egocêntrica se contorcerem de tanta vergonha. É a evolução de um instinto associado com uma necessidade social internalizada na minha pessoa, que nada mais é do que uma desculpa pra doer, sofrer e se magoar com a rejeição e com o ciúme.
Esse tal de amor/consideração é um sentimento tão estranho que te transforma às vezes em um ser patético, quando se esta ao lado de quem gosta. É como se naqueles 5 minutos nada fosse tudo, e o tudo é a maior representação do êxtase. Um sorrisinho já é o suficiente para promover uma excelente noite de sono, e a falta desse sorrisinho ou daquele olhar de aprovação que parece dizer: “oi, eu notei sua presença”, são responsáveis por te fazer ouvir músicas vazias, choramingar pelos cantos e escrever confidências quando você deveria estar fazendo o trabalho da faculdade.
Lá no começo do tópico, eu escrevi que quando algo pode dar errado, o universo conspira para que tudo realmente de errado, do bater o dedinho do pé na porta à levar bandeirada na rua. E isso meus amigos, é a mais pura verdade. A minha avó costumava fazer uma analogia entre a escolha de um parceiro e a escolha de uma privada. Segundo ela, as pessoas escolhem uma privada com muito cuidado, e mesmo assim enfiam a cabeça na privada mais suja e fedida. Hoje eu diria que a minha avó tem toda a certeza. Eu achei a minha privada suja e fedida e estou completamente atolado nela, parecido com o cara do Trainspotting.
Mesmo sabendo que aquele comichão que você tá sentindo lá embaixo é apenas a gênese de uma dor de cotovelo enorme, você deixa a piniqueira falar mais alto do que a massa cinzenta dentro do seu crânio e se joga na grande fossa dos boêmios.
Provavelmente amanhã eu vou estar com vergonha de ter socializado essas palavras, e de ter transformado isso aqui numa espécie de diário virtual The OC. Mas nesse momento eu precisava dividir isso com alguém, mesmo que fosse pra ser chamado de otário. E como aqui é o meu boteco, eu me sinto um pouco a vontade pra falar de tudo, de diarréia à dor de corno. Senta ai e pega uma cerveja.
lovin' is what I got I said remember that
domingo, 28 de setembro de 2008
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Yatta!
Como já se tornou um algo comum falar sobre cultura pop nesse espaço, hoje eu resolvi falar de uma das minhas maiores fixações televisivas atuais: Heroes. Eu me autodefino como um fã maníaco (Mark Chapman mode on) de algumas séries. Daquele tipo de cara que não perde um episódio e fica esperando madrugadas a fio para conseguir fazer o download de um novo episódio. E Heroes é uma dessas séries que me auxiliam com a insônia. Eu até acreditava que esse meu comportamento fosse um pouco anormal, até escutar do médico que trata da minha saúde mental, que ele também era maníaco por Heroes, e que no seu curto espaço de tempo disponível ele assiste todas as séries que fazem um nerd feliz (pra ser sincero, nós ficamos boa parte do meu horário de consulta conversando sobre Heroes e Star Trek).
Existe algo em Heroes que eleva o meu fanatismo aos níveis mais altos. Algo que talvez eu não consiga explicar, mas consiga sentir. E como qualquer dose de fanatismo sempre prejudica o lado crítico de qualquer individuo, eu não sou uma boa pessoa para argumentar sobre a série. Qualquer tipo de argumento torna-se persuasivo. Ou eu o defendo até trincar os dentes, ou encarno o Rubens Edwald Filho, chato, marrento e se sentindo o crítico dono da verdade.
Porém, como estou no aguardo do início do terceiro capítulo (que começou hoje na gringa), e como eu acordei me sentindo o crítico da SET, resolvi fazer algumas divagações sobre o que achei do “Generations” ou também conhecido como segunda temporada. Temporada esta que pode ser considerado morna, ou até mesmo ruim. E foram vários os motivos que estragaram essa temporada: personagens novos sem charme, personagens antigos em dilemas muitas vezes beirando o patético, foco em algumas historias ruins, uma trama confusa com gosto de dèjá vu e principalmente, a greve dos roteiristas que acabou decapitando a série em seu melhor momento e resumindo-a a apenas onze episódios. Vendo por esse lado, parece que existem mais coisas a serem ditas sobre o que não deu certo, do que realmente deu. E eu começarei falando sobre o que não deu.
Comecemos pelos novos personagens. O grande problema de séries como Heroes e Lost, que possuem um certo inchaço de personagens principais, é a introdução de novos personagens. Nessa temporada de Heroes, foram apresentados cinco novos personagens (sem contar o namoradinho voador da Claire). A começar pelos irmãos latinos Maya e Alejandro, que podem ter sua participação resumida em uma palavra: CHATO! A única função visível de ambos foi pra representar a cota latino-americana pobre sofredora à lá Maria do Bairro. O mesmo aconteceu com Mônica, que tinha um poder interessante, mas ficou naquela coisa menina do guetto sofredora com super poderes.
Entretanto, os outros dois personagens foram deveras interessantes. Primeiro tivemos Elle, a mocinha do choque. Eu sou meio suspeito pra falar sobre ela, pois sou um antigo fã de Verônica Mars, e toda série que trouxer Kristen Bell fazendo uma adorável pentelha, eu aplaudo de pé. Mas colocando o meu fanatismo de lado, a inconstante Elle foi uma grande aquisição a série (a cena em que ela espia Claire dentro de um carro em frente a uma praia é honrosa. Só faltou a câmera pra fazer os fãs da Verônica terem orgasmos múltiplos).
A segunda melhor coisa dessa temporada foi a aparição de um novo personagem que até então apenas havia sido citado: Takezo Kensei/ Adam Moroe.
Aquele Takezo Hensei, herói do Hiro, que foi citado inúmeras vezes na primeira temporada finalmente deu as caras. E tudo começou com o teletransporte de Hiro para o Japão feudal. O público conheceu Takezo, que não era japonês e sim britânico, não era herói e sim um bêbado fanfarrão, que podia se regenerar (algo parecido com o poder da Claire) e que tornou-se um herói com a ajuda de Hiro, ao mesmo tempo em que tornou-se inimigo mortal deste.
O mais sensacional foi descobrir que esse mesmo Takezo tornar-se-ia Adam Monroe, um cara que padecia do mal de Highlander (o que faz acreditar que Claire e Peter que possuem o mesmo poder, também sejam imortais), que quatrocentos anos depois vingaria-se do seu inimigo do passado (Hiro) e seria o grande vilão desse temporada (a partir do momento em que o grande vilão da série, Sylar, estava sem poderes e totalmente sem graça). Acho que dá pra dizer que os momentos mais bacanas dessa temporada se resumem a participação do Adam.
Enfim, com uma trama desgastada e personagens em crises existenciais, a segunda temporada pode ser resumida em altos e baixos, mais baixos do que altos. Momentos que renderiam boas cenas (como a luta entre Peter e Hiro) e até mesmo explicações plausíveis sobre os poderes de alguns personagens, foram deixadas em segundo plano concomitantes com a necessidade de encurtar a história e deixar um gancho para chamar a atenção do público para a próxima temporada. Esses e outros fatores que eu poderia citar por horas a fio foram responsáveis por uma temporada mediana, mas ao que tudo indica, com o findar da serie, o esse segundo capitulo fará mais sentido do que agora, segundo a afirmação do ator que interpreta o Peter.
De qualquer forma, a terceira temporada começa hoje (22/09), e me parece que tem tudo pra ser uma grande temporada. A começar pelo título do terceiro capitulo (Villains), pela premissa (every hero is a villain) e pelos trailers que já me deixaram entusiasmado.
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Malditas ervilhas
-mãe, tira a ervilha da minha comida.
-por quê?
-porque eu odeio ervilhas, odeio ter que separá-las. Não sei porque você coloca essa coisa ruim na comida.
-porque dá sabor, e além do mais, o senhor precisa comer coisas que te façam bem.
-e desde quando alguma coisa que venha numa lata faz bem?
-desde que eu disse que faz.
-cê podia para de usar ervilha pelo menos na torta. Fica um gosto de frango com vela.
-mas eu gosto e vou continuar usando.
Algum dia do ano de 2008:
-pô mãe, você colocou ervilha de novo?
-é pra dar sabor.
-só se for sabor de parafina. Eu odeio ervilha, mãe. Muito mesmo.
-nossa, não sabia disso.
-mãe, eu venho te dizendo isso nos últimos quinze anos.
-mas não sabia que era assim.
-era só olhar o meu prato de domingo que você teria a resposta.
-se você tivesse me falado eu não teria colocado.
silêncio ofegante
-tá bom então, agora que você já sabe, por favor, não coloque mais ervilha ou milho em qualquer prato que eu gosto. Nem no arroz, na empada, na salada de maionese, e muito menos na torta de frango, certo?
-fechô então.
Neste domingo acordo e sinto o cheiro de um dos meus pratos prediletos: arroz de forno. Com muito tudo. Molho com carne moída, presunto, mussarela, queijo prato derretido e...ervilhas. Centenas, milhares delas, todas tão verdinhas e sorridente, espalhadas por todos os cantos do meu prato. Pareciam pequenos mostrinhos verde com olhares vitoriosos que diziam: "vencemos mais uma batalha, bitch. Agora me come".
paint é a nova tendência
domingo, 24 de agosto de 2008
De paraquedas
O Parachutes tinha uma certa dramaticidade emocional e existencial mesclada com uma certa dose de otimismo e com a voz melancólica/chorosa do vocalista franzino. Algo que diferenciava a Coldplay da maioria das bandas populares daquele momento. Algo que fazia com que eu, no alto da minha experiência adolescente encontrasse a minha trilha sonora perfeita.
O primeiro single era uma boa prova disso. Yellow é uma doce canção de amor com um dos riffs de guitarra mais chicletes da década. Além disso, Yellow era uma das músicas mais bonitas que havia ouvido nos meus “experientes” 14 anos. Hoje, é uma daquelas canções típicas que me fazem lembrar alguém/um lugar/um momento, etc.
Porém o tempo passou, o meu gosto musical evoluiu e o Coldplay mudou. E como mudou. Aquela banda bacanuda do começo da década agora fazia canções sem charme e cds inferiores ao primeiro disco. E como em um “passe de mágica” eles se transformaram em uma banda uncool para boa parte da crítica e de seu antigo público alternativo, que não mais se permitia gostar de uma banda tão popular. Agora, os novos fãs da banda eram em sua maioria (mas não somente) o público teen da MTV e o pessoal “eclético”.
Algo parecido com o que aconteceu com o Travis. Nos idos de 2000, eu me lembro que todas as revistas musicais destacavam o The Man Who como uma das maiores obras primas de começo de década/século. Me lembro também de todo aquele boniteza existente em Why Does It Always Rain On Me. Assim como me lembro que dois anos depois de toda essas baba-ovice (sic), o mundo já havia enterrado o Travis como a antiga-nova-banda-promessa-salvaçao-do-rock. Agora a “salvação do rock” viria de Nova York (mas essa nova promessa também não duraria mais de dois anos).
Eu assumo que no meio da década já não me interessava mais pelo som do Coldplay (e do Travis também). Isso pode até soar como uma espécie de síndrome de underground da minha parte, mas é fato que a maioria das novas músicas eram tão redondinhas para as estações de rádio, que eu não conseguia mais ouvi-las com os mesmo ouvidos. Mas é fato também que eu odiava aquela ceninha alternativa que estava surgindo (tanto a múscia como a estética moderno-retrô). Não havia nada de interessante nela. Nada que conseguisse compará-la a segunda invasão musical inglesa ocorrida durante a década de 90 (também conhecida como Britpop). Essa sim tinha qualidade.
O motivo que me fez escrevinhar esse texticulo veio do fato de que anos depois de ter desistido do Coldplay (o que ocorreu depois de ter escutado o X&Y) eu resolvi ouvir o mais recente cd deles, o Viva La Vida, devido aos argumentos convincentes da Thalita que me disse que era um cd diferente e bom.
Então eu resolvi utilizar um pequeno espaço do meu precioso tempo ocioso para ouvi-looo. Posso dizer que após varias audições do álbum em questão, eu devo admitir que é um ótimo disco. Melhor que o X&Y, mas inferior aos outros (devo lembrar que essa é minha opinião, e que cada um tem a sua, certo?).
Eu, pessoalmente, que não esperava muito me surpreendi em algumas faixas, mas acredito que aqueles que estavam esperando o tão prometido disco ousado, provavelmente ficaram decepcionados.
O que se pode dizer é que é o mesmo Coldplay de sempre, mas diferente. Dá pra perceber que é uma banda querendo ousar, mas com um certo receio. E quando eles conseguem ousar, saem as melhores faixas do álbum.
Life in Technicolour, Strawberry Swing (que tem o melhor nome de música), Yes e Chinese Sleep Chant (que é sem duvidas a melhor canção do álbum, na minha opinião. Ela me faz lembrar até um pouco das bandas (de) Shoegaze que eu gosto) são as melhores canções do Viva La Vida. A faixa título também é bem legal, lembra as melhores canções da banda. As outras faixas, principalmente Violet Hill, não me convenceram muito, por isso prefeiro apertar o next. Apesar de ter me surpreendido, não acho que seja o melhor cd da banda. Sem fazer comparações com o passado, mas tem algo ali que ta faltando. E na minha humilde opinião de leigo no assunto, posso dizer que não me satisfez sonoramente. Acabei preferindo o cd da digníssima primeira-dama Carla Bruni (qualquer dama respeitada que em uma música compara o amor aos efeitos de uma droga colombiana merece meu respeito eterno).
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
quarta-feira, 30 de julho de 2008
G-g-g-g-get over it!
Para ser mais claro, o que me chamou atenção não foi o cd, mas sim uma única música. A faixa em questão é Get Over It. Primeiro single do último álbum e a música mais assobiável que eu ouvi nos últimos anos.
Não é a melhor música de todos os tempos, mas de alguma forma ela consegue me fazer ficar cantarolando-a em boa parte do meu dia. Desde o tema de abertura de Verônica Mars, uma canção não conseguia tal efeito sobre a minha pessoa. Culpa do clima "don't worry be happy" e dos gritos empolgados do vocalista em partes como: G-g-g-g-get over it, myyyyyyy siiiiiiiiiiide of the stooooooooory e I want you like I’m eighteen.
A banda é a mais nova sensação do rock britânico das últimas semanas desde....ah, The Ting Tings (não que isso signifique alguma coisa, pois toda semana uma banda é eleita a nova salvaçao do rock e a mais hypada do momento).
Apesar de ter gostado tanto desta música, não consegui gostar de outras da banda. Com exceção de Trains To Brazil. Mas essa já é de outro álbum e é milhares de vezes superior a Get Over it.
sexta-feira, 25 de julho de 2008
domingo, 22 de junho de 2008
Não há lugar como a...ilha?
Apesar de achar que Lost perdeu muito a mão em meados da segunda pra terceira temporada, os episódios finais do terceiro ano deram uma repaginada no programa e de certa forma trouxeram de volta toda aquela inovação do primeiro ano. Pra falar a verdade o que me animou para essa temporada foi o “Through The Looking Glass”, que pra quem não sabe foi o último episódio da terceira temporada. Na minha opinião, este foi um episódio divisor de águas. Quem andava meio desanimado com a mesmice do que acontecia na ilha levou um up ou brochou de vez. No meu caso, eu acredito que a história só saiu ganhando com a introdução dos flashfowards.
Mas voltando ao assunto quarta temporada, eu, particularmente acho que foi a melhor desde a primeira. E como todo mundo já sabe, primeiras temporadas de séries bacanas são hors-concours (vide 24 Horas, Heroes, Os Sopranos), o que qualifica esta última como a melhor até então.
Acredito que um dos motivos principais (além dos flashfowards) que deixaram essa temporada tão bacanuda foi o fato dela ter sido mais curta (14 episódios em comparação aos usuais 23, 24 das anteriores). Ou seja, menos enrolação, menos episódios desnecessários e mais “momentos decisivos”.
Sobre a season finale, não foi a melhor na minha opinião, mas com certeza foi um grande fechamento para um ótimo ano. Acredito que diferente do final da terceira temporada, não havia muito o que se esperar de tão “uau” nesse episódio. Já dava pra imaginar muito do que iria acontecer, apesar de não saber como aconteceria, acredito que muitos já tinham uma idéia do que havia por vir a partir dos dez minutos inciais. Eu não esperava muito de um episódio chamado “Não há lugar como o lar” a não ser mostrar como se deu a volta dos “Ocean Six” ao...lar. Além disso, os episódios anteriores a esse, já haviam mostrado muito do que aconteceria, como a morte do Jin, a Kate como a nova mãe do Aaron e o poder de persuasão do Ben sobre os ex-habitantes da ilha.
Entretanto, esse episódio teve bons momento que mereceram vários “uau” e “putaqueopariu”. Como o barco explodindo com o Jin e o Michael, o reencontro da Pen e do Desmond, a Sun em uma possível aliança com o Windmore e principalmente o Ben movendo literalmente a ilha com uma roda de burro (o que transforma Lost em uma serie mezzo drama, mezzo ficção cientifica) e o Locke como “o corpo dentro do caixão”. Por falar em Locke, o que realmente me deixa curioso até os ossos é pra saber o que de tão ruim aconteceu com o povo da ilha depois da saída de Jack e Cia. A única coisa que faltou nessa temporada foi uma espécie de um pitaquinho sobre o futuro/presente daqueles que permaneceram na ilha.
Em suma, foi um ótimo fechamento para uma ótima temporada (isso já ta ficando redundante), repleta de ganchos e dúvidas para os próximos capítulos. Coisa que os fãs terão que esperar um ano se mordendo de curiosidade pra saber o que se sucede. É por isso que é maravilhoso amar e odiar Lost. Você espera um ano inteiro pra descobrir o que vai acontecer e quando a temporada chega ao final fica aquela sensação de “cuma?”.
terça-feira, 22 de abril de 2008
O menino grunge
E aquela sexta-feira prometia mais do que aquela de 69, afinal, saltar em gravidade zero não é tão interessante do que passar o dia jogando futebol de botão, comendo bolo com calda de chocolate e ouvindo o cd do Stone Temple Pilots do seu irmão mais velho.
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Três fumantes conversavam sobre o vício em nicotina e de uma possível vontade de parar de fumar, quando uma quarta pessoa, a única não fumante, resolve divagar sobre o assunto:
Bill Gates: Eu tava pensando, cigarro é coisa de quem pensa.
Jim Morrison Se for assim, eu sou gênio.
Bill Gates: Não, não é isso. Tipo, cachorro não fuma .
*silencio e três olhares atônitos*
Bill Gates: Se você der um cigarro para um cachorro, ele não fuma.
Jim Morrison: Lógico. Animais não fumam.
Bill Gates: É isso que eu to tentando dizer, porque um cachorro nunca vai pegar um cigarro pra fumar porque ele não pensa. Só quem pensa fuma.
Britney Spears: Depende, tem cachorro que gosta de fumaça.
Bill Gates: Mas não fuma
Britney Spears: Mas gosta de fumaça. O cachorro da minha amiga quando vê ela fumando fica perto dela, pra sentir o cheiro da fumaça.
*dois olhares ainda atônitos*
Considerações:
-utilizei nomes fictícios para não queimar o filme alheio;
-se você tem um cachorro que não fuma, mas gosta de fumaça, me apresenta.
-eu não apareci no diálogo porque preferi me abster desse momento intelectual.