sábado, 20 de setembro de 2014

Cartas à R. F.

Quando eu não acreditava no amor, você me disse: "vem comigo, eu te mostro" e eu me deixei levar a leve batucada do seu samba que me fez sentir como se eu tivesse 18 anos novamente. Por sua culpa gostar de alguém se tornou algo tão difícil e doloroso e qualquer escrita começou a ser tão direta quanto poesias simples escritas na capa do caderno da escola. No começo você me deu inúmeras palavras e frases que me faziam sentir vivo e que agora eu confeccionei junto a toda dor e lágrimas que insistem em aparecer todos os dias. Você me ensinou a ser falso, insensível e vazio. Por mais que eu insistisse que nosso relacionamento fosse leve, você nem sempre foi tão fácil quanto uma manhã de domingo. Na realidade, foi mais uma ressaca de domingo de manhã. Ou apenas uma canção vazia perdida em alguma noite suja. Talvez até mais que uma canção, um filme bobo que se repete várias vezes ou alguns beijos insossos. Agora você não é mais nada. Só mais um cara normal como tantos outros. Você não é mais um samba fácil ou um rockzinho alternativo. É apenas um folk triste e singelo em um disco riscado que insiste em tocar na minha vitrola.

Pra ler ouvindo: Taylor Swift - All to Well

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