sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Cartas à R. F. 2

Quinta feira, 12 de junho de 2014


Gostar de alguém. Essa sensação confusa de vazieis de tempo, de overdose de sentimentos, da necessidade desnecessária de ficar. De ficar esperando, de fazer e se arrepender ou de nunca fazer e também se arrepender. Gostar de alguém nada mais é do que se sentir perdido. Tão perdido que os seus problemas passam a não ser só seus, o outro tem parte nisso, queira ele ou não.
Gostar de alguém é a sensação mais próxima da perdição do que qualquer outra. É a mais estranha e a mais gostosa. É se sentir amarrado sem nunca ter sido. Se sentir feliz mesmo que uma parte sua doa.
Gostar de alguém inclui muito mais do que apenas sexo, beijos e mordidas. É ter alguém com quem contar. Alguém para dividir as bobagens do seu dia e ouvir uma risada gostosa do outro lado da linha. É saber que independente de ser namorado, ficante ou alguém com medo de rótulos, é ter um amigo. Aquele que te conhece em todas as suas dimensões. Aquele que te faz sentir completo mesmo sendo incompleto.
Esses seis meses contigo, F. foram meses confusos. Meses em que por muitas vezes nos “perdemos na tradução”. Mas também foram meses bons em que eu pude conhecer um cara incrível, com um coração enorme (muitas vezes maior do que você pode aguentar) e que consegue ser carinhoso mesmo com todos os seus medos. Com vários problemas? Sim, claro, como todo mundo os tem. Mas que assim como o dono, eu aprendi a gostar e respeitar.
E eu te digo que a beleza do nosso relacionamento é a nossa incerteza. A incerteza do que (não) vai acontecer. E o que a gente faz com essa incerteza? Vive com ela. Ela nos mantém com o pé no chão, afinal, nós dois somos bem calejados pela vida. E como viver com ela? Da maneira mais leve possível: se divertindo. Esquecer o que deu e o que não deu certo, apenas pensar em se divertir, ser feliz, ser, enfim, leve.
Se a gente vai terminar isso de uma maneira positiva, nenhum de nós sabe. A única coisa que eu quero levar é que eu me diverti muito e que tive um parceiro do meu lado em todos os momentos.
E só fica uma certeza nisso tudo: você é a minha lagarta listrada, R .F.

sábado, 20 de setembro de 2014

Cartas à R. F.

Quando eu não acreditava no amor, você me disse: "vem comigo, eu te mostro" e eu me deixei levar a leve batucada do seu samba que me fez sentir como se eu tivesse 18 anos novamente. Por sua culpa gostar de alguém se tornou algo tão difícil e doloroso e qualquer escrita começou a ser tão direta quanto poesias simples escritas na capa do caderno da escola. No começo você me deu inúmeras palavras e frases que me faziam sentir vivo e que agora eu confeccionei junto a toda dor e lágrimas que insistem em aparecer todos os dias. Você me ensinou a ser falso, insensível e vazio. Por mais que eu insistisse que nosso relacionamento fosse leve, você nem sempre foi tão fácil quanto uma manhã de domingo. Na realidade, foi mais uma ressaca de domingo de manhã. Ou apenas uma canção vazia perdida em alguma noite suja. Talvez até mais que uma canção, um filme bobo que se repete várias vezes ou alguns beijos insossos. Agora você não é mais nada. Só mais um cara normal como tantos outros. Você não é mais um samba fácil ou um rockzinho alternativo. É apenas um folk triste e singelo em um disco riscado que insiste em tocar na minha vitrola.

Pra ler ouvindo: Taylor Swift - All to Well