sábado, 10 de outubro de 2009
sábado, 3 de outubro de 2009
9552 horas
Colocou aquela blusa preta com capuz e ensaiou a sua saída pela porta da frente. Sair por aquela porta significava muito pra ele. Depois de 398 dias conseguiria pela primeira vez ficar livre dela. Sentia como se pudesse respirar novamente.
Disse algumas poucas palavras, numa tentativa de fazê-la se sentir culpada por aquela saída, mas não conseguiu. Ela nem o olhava, mantinha a cabeça baixa enquanto tirava o esmalte vermelho das unhas, daquele mesmo jeito cruel e frio dos últimos meses.
Ele não soube o que fazer. Olhou pro sofá do canto, tentou evitar trocas de olhares, sorrisos ou palavras. Pensou em diversos assuntos, nas muitas coisas não resolvidas, sobre o quanto ele estava feliz em sair da vida dela, quem ia ficar com o gato e com o pôster do Joy Division, mas não conseguiu pronunciar uma palavra sequer.
Alguns segundos de quietude foram suficientes para que ele descobrisse que não sentiria falta dela, e que estava pronto pra deixá-la ali naquele sofá. Ela, seu mau humor crônico e seu egoísmo. Outubro já batia a porta, e a vida voltaria a ter graça longe dela.
Assim que ele seguiu em direção a porta, ela cedeu.
- Deixa a sua chave na mesinha.
Saiu pela porta com a sensação de que nada havia acontecido
Disse algumas poucas palavras, numa tentativa de fazê-la se sentir culpada por aquela saída, mas não conseguiu. Ela nem o olhava, mantinha a cabeça baixa enquanto tirava o esmalte vermelho das unhas, daquele mesmo jeito cruel e frio dos últimos meses.
Ele não soube o que fazer. Olhou pro sofá do canto, tentou evitar trocas de olhares, sorrisos ou palavras. Pensou em diversos assuntos, nas muitas coisas não resolvidas, sobre o quanto ele estava feliz em sair da vida dela, quem ia ficar com o gato e com o pôster do Joy Division, mas não conseguiu pronunciar uma palavra sequer.
Alguns segundos de quietude foram suficientes para que ele descobrisse que não sentiria falta dela, e que estava pronto pra deixá-la ali naquele sofá. Ela, seu mau humor crônico e seu egoísmo. Outubro já batia a porta, e a vida voltaria a ter graça longe dela.
Assim que ele seguiu em direção a porta, ela cedeu.
- Deixa a sua chave na mesinha.
Saiu pela porta com a sensação de que nada havia acontecido
Assinar:
Postagens (Atom)